Querido Tomás,
Regressei há umas horas de tua casa. Que convite maravilhoso, o da tua mãe!
Já mal me lembrava da recepção sempre calorosa dos cães, da simpatia dos caseiros, da enorme árvore no centro da entrada e daquelas raízes a saltar da terra. Já mal me lembrava da magia que envolve a quinta, das galinhas soltas e tranquilas, dos pormenores da cozinha, do cheiro da lareira e do sabor do vinho da casa. E embora a minha memória me tenha traído todos estes anos, tudo voltou assim que pisei aquele chão. E todas, mas mesmo todas as memórias que me apareceram são memórias felizes.
Cheguei há umas horas e vim de coração cheio, vim de alma lavada e com a certeza do bem que fizemos ali reunidos, de todo o bem que fizemos uns aos outros.
Quanto amor em volta de uma só mesa e quanto amor por ti!
A minha viagem até à Trofa foi, toda ela, de sorriso no rosto, toda ela, contigo no pensamento, contigo e com aquele abraço apertado da tua mãe enquanto se despedia de mim e me dizia: "Obrigada, Ju. Vocês aqueceram-me o coração.". A minha resposta foi apertá-la ainda com mais força e só me saiu um: "Oh Luisinha..." e prometi voltar.
Mal sabe ela que o meu (o nosso) ficou tão ou mais quentinho.
Todo o almoço foram histórias, histórias deles, histórias nossas, foram risos e gargalhadas.
Enchemos a tua casa e sentimo-la nossa, hoje mais do que nunca.
E o teu pai, uma figuraça! Quantas histórias! Os gestos, a forma, as paragens, os olhares, a postura... igual a ti.
Enquanto contava mais uma história era a ti que eu via. Tive a sensação de que era para ti que olhava e pensei: "Como raio podem duas pessoas ser tão idênticas?"
E concluí, tens os gestos do teu pai, o humor e a postura, e tens a doçura, o afecto e o jeito da tua mãe. Que junção maravilhosa e que bom poder partilhar com eles estes momentos.
E nunca, em momento algum, foi preciso, sequer, imaginar-te porque tenho a certeza de que estiveste ali connosco. Por isso, obrigada, meu querido.
Mantém-te por perto.
...and this, my love, is bravery.
fight the same demons.
sábado, 2 de fevereiro de 2019
domingo, 1 de julho de 2018
À tua maneira.
Há duas noites ouvi-te dizer, entre cenários, que estás bem: "Eu estou bem, Ju." Há duas noites vi-te de sorriso no rosto, aquele teu enorme sorriso, e despreocupado, com aquele teu andar trapalhão. Há duas noites sonhei contigo e há duas noites, mesmo sendo um sonho, fui a única que te viu.
E tudo o que eu quero e tento acreditar é que esta foi a forma que arranjaste de acalmar a minha amargura desde aquele dia terrível, meu querido.
Agarro-me aos pequenos diálogos que tivemos no meu sonho, agarro-me a todas as poucas palavras que me dirigiste enquanto caminhámos abraçados naquela rua cheia de gente. Tanta gente connosco e só eu te vi.
Há três semanas que tento perceber o que aconteceu. Há duas noites perguntei-te: "Porquê?" e há duas noites a tua resposta foi: "Eu estou bem, Ju." de sorriso rasgado. Assim que me disseste isto, eu parei e tu seguiste trapalhão rua fora, seguiste leve e despreocupado...e eu fiquei para trás enquanto as pessoas se aproximavam de mim e falavam de ti como se não estivesses ali à nossa frente, falavam de ti como se não te vissem. E não viram mesmo. Eu apontei, mas ninguém te viu. E tu seguiste o teu caminho e desapareceste entre a multidão.
Ontem, quando me deitei pedi-te em voz baixa: "Aparece hoje, Tomás. Por favor.", queria tanto voltar a ver-te, queria tanto ter mais uma oportunidade de falar contigo, por mais rápido que fosse, mas tu não apareceste. Esperei toda a noite por ti e tu nunca chegaste.
Quando acordei pensei que talvez tenhas visitado outros sonhos, talvez tenhas visitado os sonhos de alguém que como eu precisava de te ver e saber que estás bem. E tens tantos sonhos por visitar, querido Thomas, tantos sonhos. Tens tantos amigos e tanta gente que precisa desse teu sorriso, hoje. E eu tenho a certeza de que não irás falhar com ninguém, tenho a certeza de que irás arranjar uma forma de acalmar os corações de cada um de nós.
Quero que, acima de tudo, saibas que continuamos a amar-te como sempre, meu amigo, continuamos fortes e seguros do amor que, também tu, tens por nós.
E, por favor, aparece mais vezes. Aparece sempre que quiseres.
E tu sabes que eu não sou destas coisas, sabes que sempre fui céptica em relação a tudo o que envolve Céu e Deus, a tudo o que envolve sinais e "estar a olhar por nós"...seja o que for, eu nunca acreditei.
Mas por ti e para ti, eu quero muito que exista um Céu, um Céu cheio de Amor e Paz, e quero muito que, estejas onde estiveres, olhes por nós. E se for verdade, então, ri-te de mim e da minha incapacidade humana, por favor.
E tudo o que eu quero e tento acreditar é que esta foi a forma que arranjaste de acalmar a minha amargura desde aquele dia terrível, meu querido.
Agarro-me aos pequenos diálogos que tivemos no meu sonho, agarro-me a todas as poucas palavras que me dirigiste enquanto caminhámos abraçados naquela rua cheia de gente. Tanta gente connosco e só eu te vi.
Há três semanas que tento perceber o que aconteceu. Há duas noites perguntei-te: "Porquê?" e há duas noites a tua resposta foi: "Eu estou bem, Ju." de sorriso rasgado. Assim que me disseste isto, eu parei e tu seguiste trapalhão rua fora, seguiste leve e despreocupado...e eu fiquei para trás enquanto as pessoas se aproximavam de mim e falavam de ti como se não estivesses ali à nossa frente, falavam de ti como se não te vissem. E não viram mesmo. Eu apontei, mas ninguém te viu. E tu seguiste o teu caminho e desapareceste entre a multidão.
Ontem, quando me deitei pedi-te em voz baixa: "Aparece hoje, Tomás. Por favor.", queria tanto voltar a ver-te, queria tanto ter mais uma oportunidade de falar contigo, por mais rápido que fosse, mas tu não apareceste. Esperei toda a noite por ti e tu nunca chegaste.
Quando acordei pensei que talvez tenhas visitado outros sonhos, talvez tenhas visitado os sonhos de alguém que como eu precisava de te ver e saber que estás bem. E tens tantos sonhos por visitar, querido Thomas, tantos sonhos. Tens tantos amigos e tanta gente que precisa desse teu sorriso, hoje. E eu tenho a certeza de que não irás falhar com ninguém, tenho a certeza de que irás arranjar uma forma de acalmar os corações de cada um de nós.
Quero que, acima de tudo, saibas que continuamos a amar-te como sempre, meu amigo, continuamos fortes e seguros do amor que, também tu, tens por nós.
E, por favor, aparece mais vezes. Aparece sempre que quiseres.
E tu sabes que eu não sou destas coisas, sabes que sempre fui céptica em relação a tudo o que envolve Céu e Deus, a tudo o que envolve sinais e "estar a olhar por nós"...seja o que for, eu nunca acreditei.
Mas por ti e para ti, eu quero muito que exista um Céu, um Céu cheio de Amor e Paz, e quero muito que, estejas onde estiveres, olhes por nós. E se for verdade, então, ri-te de mim e da minha incapacidade humana, por favor.
Obrigada, Tomás. Obrigada por me acalmares a alma, sempre à tua maneira.
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